A SAGA DE STANLEY 1/2
A SAGA DE STANLEY I – 23 ago 2022
(Baseado em relato traduzido de Ufer Hinter
der Horizon, de Joachim G. Leithäuser).
Sem dúvida o interior centro-africano
em boa parte alvo foi de exploração
por dois britânicos de formação diversa.
As manchetes ganhou por todo um ano
o mais famoso encontro da ocasião,
quando no mais fundo da floresta adversa,
Stanley indagou, quase em resumo:
“É o Dr. Livingstone, assim presumo?”
O velho inglês, esfarrapado em sua flanela,
de botas curtas e calças cinzentas,
tirou o boné, com seu galão dourado
e respondeu com voz fraca, porém bela,
bem simplesmente, “Sim!” Faces atentas
os observavam ao redor desse povoado,
chamado Udjiji, que atingira a caravana,
após cortar vastas matas e a savana.
Stanley retirara o capacete,
ao penetrar na aldeia, calmamente,
há vários meses a Livingstone buscava,
para entrevista que após isso projete
por todos os jornais, que realmente
foi um evento por que muito se esperava,
dos mais importantes do século dezenove
e que até hoje, ao lembrarmos, nos comove.
Realmente, naquele torrão afastado
nenhum branco jamais havia estado,
com a exceção de algum comerciante,
devido a seu trabalho pouco respeitado,
na compra e venda de escravos empenhado,
possivelmente egípcio ou árabe, em inquietante
permanência, que somente ali ficasse
até que o negócio pretendido completasse.
David Livingstone era súdito escocês,
de uma família bastante religiosa
e inicialmente se formou em medicina,
mas a carreira que de fato fez
foi de missionário nessa África espantosa,
dupla função a que ele mesmo se destina,
o Cristianismo buscando dar a conhecer
e o comércio de escravos negros combater.
A SAGA DE STANLEY II – 24 ago 2022
Aos 27 anos chegou à África do Sul
e por ali exerceu sua profissão,
enquanto buscava aos nativos instruir
por nove anos e, finalmente, exul-
tante partiu para exploração
do continente, pretendendo descobrir
os caminhos para a África Central,
partindo do extremo mais meridional.
Iniciou a sua primeira expedição
em 1850, o deserto desbravando,
acompanhado por sua esposa e filhos,
tendo um carro de boi por condução,
pelo árduo Kalahari atravessando,
de que Botswana hoje ocupa os trilhos,
sem que existissem mapas na ocasião,
caminho abrindo por sua própria mão.
Em 1851, o Lago Ngami descobriu
e acompanhou todo o curso superior
do Rio Zambeze, a seguir partindo
para Angola, mas em Luanda decidiu
dobrar para a direita ao ver a anterior
ocupação dos Portugueses, conseguindo
por Quelimane chegar às Quedas de Victoria,
que denominou por seu direito e glória.
A seguir, por motivos naturais
de educação e saúde, sua família enviou
para a Inglaterra, mas a África o encantara
nela permanecendo por trinta anos mais,
os lagos Nyassa e Tanganiyka explorou
e o Lago Bangueolo a seguir logo o chamara,
além do Congo. O primeiro europeu
que desse rio o curso percorreu.
Embora a publicidade não o interessasse
e nem buscasse qualquer reconhecimento,
mandava à Inglaterra cartas e relatórios,
até que a correspondência terminasse,
o mundo inteiro a inquietar-se em tal momento:
“O que ocorria com Livingstone?” Aos territórios
que já explorara sem chegar notícia alguma.
“Como é possível que Livingstone suma?”