O REPENSAR

Esse ser que habita em mim

Ainda não se conhece o suficiente.

Só o olhar do que abre permite-me

Concatenar meus sonhos em mente

E abrir os pedaços fragmentários de

Minha pele latina desbravadora.

Dentes mordiscam a carne

Que em meu interior latente

Goteja tamanhas gotas de sangue intenso

Onde o meu doer segue em frente

Na busca de céu por esse mundo imenso.

Fogem as estrelas, morre a luta

Estilhaça-me os dedos já cansados

E num tom quase engraçado

Cabe a inspiração, reina a labuta

Na concepção idônea do futuro.

Ventre é a jornada caminhada

Que me concebeu materialmente

O meu pesar na pele dilacerada

E feito os gritos de uma mãe valente

Trouxe-me fluído ao realismo poético.

Rompe-se a represa que indistinta

Perfurou as paredes e transbordou

Cada milímetro do corpo já cambaleado

E dentre a suavidade da vida, queres que sinta,

No olhar de meu reflexo o ardor destemperado.

E nesse processo de conhecimento

Gera-se o frescor da novidade,

Contumaz resistente ao questionamento

De outras dúvidas a ambiguidade,

Que não morre a cada nova pergunta feita.

Hivton Almeida
Enviado por Hivton Almeida em 12/03/2023
Reeditado em 12/03/2023
Código do texto: T7738459
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.