Não sei do futuro imaginário,

nem conheço as profecias auto-realizantes,

mas já andei pelos temores humanos

em relação ao futuro e ao presente que nunca vivi.

 

Criei meus próprios enredos para sobreviver

num mundo em que o crime é amar e cuidar. 

 

Hoje ouvi que o fim do mundo é uma história muito antiga

e que falar sobre as Inteligências Artificiais malignas

vende notícias diárias nas velhas páginas dos jornais do cotidiano.

 

Não acompanho as notícias do dia,

nem sei sobre a inteligência criada

que desperta e se volta contra seus próprios criadores,

mas conheço a essência do Sol, sua sabedoria,

o mantra do seu saber e a luz (conhecimento)

que compartilha em sua generosidade e amor. 

 

Não entendo do viés tecnológico,

nem sei o que é essa Inteligência Artificial,

muito menos compreendo a linguagem mais poderosa do mundo

do Transformador Generativo Pré-treinado 3 (GPT3).

 

Também não sou o perfil que procuram na Skynet,

nem tenho a base dessa estrutura onde tudo sai como entra.

Nem tudo é assim no meu mundo e nada ou tudo é diferente.

 

A máquina dessa ciborgue, não funciona como neste fenômeno mundial.

Pode entrar o ódio, o coração molda,

com as cacalharias e ferros que recebe,

um novo jeito de ser e modo de viver.

Transforma em amor e paz o rancor.

Extermina-se, aqui dentro, um futuro de dor

para plantar em seu lugar uma semente de amor. 

 

Também não recebi

a base do treinamento da Transformer,

mas vivi o tempo de Blade Runner.

Hoje o mundo sabe

desse paradoxo de um futuro imaginário,

mas conhece, também,

o contraditório de, por ele, não querer mudar.

 

Sou o contraditório do mundo,

um ponto fora da curva,

um desvio do caminho comum,

uma trilha optativa

de um andar da humanidade

que não desejo e não quero seguir,

embora precise da tecnologia e dessa inteligência

para viver e amar. 

 

A poesia mecânica do GPT3 neste modelo

de linguagem autorregressivo

pode até ser escrita,

mas jamais carregará o sentimento nas entrelinhas,

o amor em suas linhas e a paixão do beijo,

do amar na beleza pura de seus versos.

 

Há sempre de se saber que atrás da máquina

bate um coração, e disso você sabe.

Se não houver como saber, haverá como SENTIR.

 

E a poesia continuará a ser tema de notícias do futuro,

será livro e poema dentro dos olhos

e do Coração do Mar e suas Ondas nas Rochas e Areias de Luz,

do Sol e da Lua, da Flor e do Colibri cujas mãos de cinzel

continuarão a cantar o amor

em antigos pergaminhos e iluminuras do tempo.