Sem eira e nem beira

Vivo agora ao relento,

Tipo assim; voando ao vento,

Sem um teto, sem abrigo.

Sem razão e sem destino,

Vivo em pleno desatino,

Sem abraços, sem amigos.

Nesta vida que eu vivo,

Da tristeza, me esquivo,

Procurando proteção.

Mas, a vida quis assim,

Vou vivendo, outrossim,

Em total desilusão.

Eu perdi a estribeira,

Já sem eira e nem beira,

Sou meu réu e meu juiz.

Muito embora na sarjeta,

Com a coisa muito preta,

Mesmo assim, eu sou feliz.

Valério Márcio
Enviado por Valério Márcio em 18/02/2023
Código do texto: T7722010
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