Xisto
Histórias são diversas,
Carregam complexidades,
Há alguns que sofrem pouco,
Outros,
Por toda eternidade.
Tem gente que vive em trem,
Aprecia a paisagem,
Outros montanha russa,
Vida em plena intensidade.
Quero contar uma história,
Sem total veracidade,
Pois a minha visão,
Pode fugir da realidade.
Nascido em berço esplêndido,
Tudo com facilidade,
Boas escolas frequentava,
Com pouca notoriedade.
Perdeu a mãe logo cedo,
Não por morte,
Enfermidade!
Pai,
Supria com dinheiro,
E dava total liberdade.
Não o culpo,
E nem o julgo,
Fez o que achava certo,
Dentro de suas possibilidades,
Mas um dia o pai faltou,
Outro tombo ele levou,
Muito jovem,
Pouca idade.
A rua o ensinou,
Órfão e filho da fatalidade,
De tudo ele provou,
Se lambuzou,
Tamanha facilidade.
Virou músico,
Compositor,
Banda sem notoriedade,
Não durou,
Logo acabou,
Se recolheu na “malandragem”.
Sumiu,
Se reclusou,
Fugiu da bandidagem.
O medo o afastou,
Foi morar em outra cidade,
Por dificuldade passou,
Em Deus algo buscou,
Confiou,
Dentro da religiosidade.
Planos,
Panos,
No chão,
De chão,
Vendia por toda cidade.
Invisível ele virou,
Retrato do que se tornou,
Como tantos,
Inexistência,
Com nome e identidade.
Mulher e filha foram embora,
O medo o apavora,
Por um momento chora,
Faltou coragem.
Um desvio ele pegou,
Anjos,
Ali encontrou,
Novamente se mudou,
Para longe da humanidade.
Poucos amigos choram,
Nas redes,
Apenas uma homenagem,
Em vida não teve glória,
Meu desejo é que encontre,
A tão sonhada felicidade.