NEM QUE PELA FRESTA

No tocante ao imersivo, ao perdido,

Foram dias a fio na realidade andando,

Uns dias tristes, um tanto esquecido,

Outros feliz em me ver chorando.

Nada como numa lua de mel amanhacer,

Ao contemplar a noiva do tempo, sim,

Não é só ter para vi o ver para crer,

Mas ter fé que mudarei dentro de mim.

Vidas passadas não existem em vidas,

Mas existe na vida, um passado recorrente,

Aquelas histórias contadas e sentidas,

Que batem forte no coração da gente...

Outrora em minha noiva uma princesa,

Hoje uma plebeia, porque não precisa tanto,

Quando muito se tem certeza,

Que guarda no olhar o encanto...

E Deus aparece agora nesta frase, no final,

Mas desde o começo presente e constante,

Riscando mais que pedra de diamante,

Quem no coração tanto guardou o mal...

Esse talento não é para mim e nunca será,

Antes fosse, eu achava, na falsa plenitude,

Mas eram só falácias da minha atitude,

Esta que um dia, por dever, morrerá.

Assim, de maneira singela, encerro este poema,

Que muito me custou em palavras tal esquema,

Para não deixar perdido o que ainda me resta:

Ter Jesus no meu coração, nem que pela fresta.