Arestas
Vêm de todos os lados
os ventos de artifícios
embusteando suplícios
e o siso em contrafação.
Cá, deste lado
o pulso do visceral
no chão que é sempre rachado
e o tudo que é desigual
há sentimentos divisos
um mar de ardis sorrisos
que tremem no anoitecer...
Do lado de lá da rua
dor viva que é nua e crua
e a farsa que não recua
sobejando emulação
no fundo, alva ilusão
a dor que, a si mesmo, caça
e traz a ledice falsa
às celas do coração...
Recife, 14 de janeiro de 2018