Na Mão do Tempo
Enquanto repousa meu corpo,
O tempo, cruel, trabalha....
E parte do que sou, se desfaz,
Como milho perdendo a palha.
Nem tudo é como antes,
Da dor me tornei abrigo.
Segredo segue guardado,
O que Deus fará comigo?
E o tempo continua,
Agindo a cada segundo.
Lembrança sai da memória,
Esqueço o que foi meu mundo.
O rosto agora enrugado,
Não tem a mesma beleza.
São marcas d'águas passadas,
Perdeu a delicadeza.
Rumo ao futuro me vou,
No tempo não posso voltar.
A vida sempre será uma dádiva,
Que nunca podemos pagar.
Resta-me pois, agradecer,
Por mais que seja sofrida.
Ó, vida que vivo a viver,
Te adoro, minha querida.