Ela servia mesas

em noites Pós sol a pino.

Ela servia mesas

em dias de chuva grossa.

Em que se molhavam

os clientes assíduos, que

nem se moviam das mesas.

Ela servia sorrindo…

cervejas, cervejas,

cervejas e mais cervejas

nas mesas.

A gente sorria com seu

sorriso tímido, largo…

onde servir nunca foi

castigo.

 

– Cadê Sil? Cê lembra? … de Sil?

– Oh, amigo… Você não sabia? Sil morreu.

– Poxa… morreu de quê?

– Não sei…

 

O que sabíamos era que ela

tirava o sorriso, de um lugar

onde servir nunca foi castigo.

Tirava aquele sorriso…

de onde, amigo? De onde?

 

– Um brinde a Sil então?

– “Sim! Um brinde!”

 

Mesa após mesa: simpatia…

Dia após dia, chuva após chuva,

semblante satisfeito de quem servia

mostrando que pra gente como ela:

o céu facinho, se abria.

 

 

Henrique Britto
Enviado por Henrique Britto em 06/01/2023
Reeditado em 06/01/2023
Código do texto: T7688327
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