O garoto que dava de beber aos peixes
Sou o depois de amanhã.
Gosto do dia, mas minha alma é sempre madrugada. Adoro ver abraços nos filmes com aqueles jovens sarados e suados. Já eu não faço isso, meu corpo só têm espinhos. É tudo que tenho. Eu gosto da ideia do amor, mas não gosto de ser amado, não por medo, ao contrário, por cuidado. Sou o que lembra de tudo e todos, menos eu sou lembrado. Meus amigos sentem o vento, e eu o que sopra com a boca à força. Sou tudo, ao mesmo tempo nada. Sou talvez a força do vento que a maré traz para soprar as faces dos pescadores cansados.