Dor
Dor
Choro lagrimas de dor que já se passará
Machucado tão sarado,
Que tem marcas profundas em mim
Eu choro...
E tudo já passará nem olho pra trás
Nem sei a que distancia estas
A causa dessa dor
Mesmo que me esforce nem vejo
Aonde me machucará ficará no passado
E porque essa dor?
Desse oceano lacrimal que se formará
Da tempestade emanada dos meus olhos
São só lagrimas...
Testemunhas oculares da minha dor
Da minha existência desumana
Escrito pelo dramaturgo supremo
Onde epicamente interpreto minha tristeza
Sei que na pantomima da vida tantos interpretam com suas almas sangrando suas dores
Todos choram...
Vejo escorrer em muitos olhos,
Dores do mundo alheio
Eu choro sem saber porque doí tanto!
Eu só perdi pedaços de mim
Fragmentos de minha alma
Que se anexaram a minhas pegadas
Deixadas ao longo do caminho
Dessa minha caminhada
Chamada vida...
E sem nem pensar nos riscos
Vivi intensamente cada segundo
Sorvi cada gota desse viver
Mesmo do que era dor
O meu ser nem sabia do que se tratava
Era tanto a aprender e as lagrimas
Tanto me ensinavam ao mesmo tempo que desenhavam a minha face me lembrando de viver
As alegrias num sorriso me roubavam
Eu era aluno e meu próprio professor
Era vida fervendo de minhas veias
Nesse mundo tão friamente sedutor
Eu apenas vivi tudo que sorrir
Com a tristeza de não mais viver
Tudo aquilo que me deu tantas alegrias
Então sem qualquer razão me veio a noção
Que tudo que é feliz a vida devora pra ela de maneira tão voraz
Como se isso fosse a sua fonte de energia pra existir
Incapaz de se saciar com meus sorrisos
Me abandona nessa minha eterna solidão e dor.
Ricardo do Lago Matos