O verdadeiro pobre
Não é aquele carente
De alguma coisa
É aquele que persiste
Remoendo sua carência
A ponto de torná-la
Uma maldição
A ponto de causar afronta
Aos verdadeiros afortunados
Já fui assombrado
Por aqueles
Afastados de seus
Propósitos
Suas jornadas
E caminhadas
Eram incompatíveis
Com as imagens
Que lhes traziam felicidade
Expus meu propósito
Acompanhado da felicidade
Colhida junto dele
Os desprovidos de sonhos
Tentaram derrubar
Toda e qualquer estrutura
Da arquitetura
Montada por mim
Com amor, paciência e carinho
Pois eles não conheciam
Essa riqueza
Queriam me ver
Como companheiro
De sua miséria
Quando fortaleci
Meus vínculos
Fui incomodado
Por aqueles que vestem
Apenas espinhos
Usaram de seus verbos
Para tentarem despertar
Dúvida, desconfiança
Discórdia e desordem
Me cegando frente à uma riqueza
Que eles mesmos não têm competência
Para conquistar
Fui punido
Por deixar meu falar
Encantar e alegrar
Pessoas queridas por mim
Não tenho culpa
Se meus desafetos
Não têm competência
Para falarem
Com decência
Ao invés disso
Cultivam sua
Demência
Autora de sua
Decadência
Poderia sentir raiva
Repulsa
Tristeza
Mas não
Seinto apenas
Pena
Pena daqueles
Que não aceitam
Suas pobrezas
Sejam de vínculos
Propósitos
Comunicações
E não só não usam
De sua responsabilidade
Para supri-las
Como também
Tentam roubar
Ou até mesmo
Desvalorizar
As riquezas desejadas
De outras pessoas
Devo proteger
Minhas riquezas
Pois abandoná-las
Seria um ato de
Falta de amor próprio
Ademais
Não teria o descuido
De deixá-las aos cuidados
De pessoas
Que não
Se cuidam