O verdadeiro pobre

Não é aquele carente

De alguma coisa

É aquele que persiste

Remoendo sua carência

A ponto de torná-la

Uma maldição

A ponto de causar afronta

Aos verdadeiros afortunados

Já fui assombrado

Por aqueles

Afastados de seus

Propósitos

Suas jornadas

E caminhadas

Eram incompatíveis

Com as imagens

Que lhes traziam felicidade

Expus meu propósito

Acompanhado da felicidade

Colhida junto dele

Os desprovidos de sonhos

Tentaram derrubar

Toda e qualquer estrutura

Da arquitetura

Montada por mim

Com amor, paciência e carinho

Pois eles não conheciam

Essa riqueza

Queriam me ver

Como companheiro

De sua miséria

Quando fortaleci

Meus vínculos

Fui incomodado

Por aqueles que vestem

Apenas espinhos

Usaram de seus verbos

Para tentarem despertar

Dúvida, desconfiança

Discórdia e desordem

Me cegando frente à uma riqueza

Que eles mesmos não têm competência

Para conquistar

Fui punido

Por deixar meu falar

Encantar e alegrar

Pessoas queridas por mim

Não tenho culpa

Se meus desafetos

Não têm competência

Para falarem

Com decência

Ao invés disso

Cultivam sua

Demência

Autora de sua

Decadência

Poderia sentir raiva

Repulsa

Tristeza

Mas não

Seinto apenas

Pena

Pena daqueles

Que não aceitam

Suas pobrezas

Sejam de vínculos

Propósitos

Comunicações

E não só não usam

De sua responsabilidade

Para supri-las

Como também

Tentam roubar

Ou até mesmo

Desvalorizar

As riquezas desejadas

De outras pessoas

Devo proteger

Minhas riquezas

Pois abandoná-las

Seria um ato de

Falta de amor próprio

Ademais

Não teria o descuido

De deixá-las aos cuidados

De pessoas

Que não

Se cuidam

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 27/12/2022
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