Pan e Gancho

Passei por essa vida,

Caminhando em vão,

Trabalho feito um louco,

Para não faltar o pão.

Hoje carrego as chaves,

Da ignição,

Sou eu que descarto as peças,

Mantendo a produção.

Me envolvi numa batalha,

Lutei contra o que eu quis ser,

Escutei aos outros,

Comecei a me esquecer,

Sou coveiro de sonhos,

Não trabalho por prazer,

Sou pedinte,

Quero a esmola,

Que irão me oferecer.

Isso não é um lamento,

Já consegui aceitar,

E também me convencer,

Me dou bem com a frustração,

Deixei a raiva adormecer.

Nunca quis isso pra mim,

E não quero pra você,

É apenas um alerta,

Lute pelo que te proporciona prazer.

Os outros são sempre os outros,

Não estão dentro de você,

Busque novos caminhos,

Sozinho irá percorrer,

Não há sorte,

Nem destino,

Em teus sonhos podes crer,

Sempre escute o menino,

Nunca deixe ele crescer.

Peter Pan tem a sininho

Gancho,

O dono da razão,

Quer acabar com a criança,

Que carrega no coração,

Não existe um equilíbrio,

Se enfrentam,

Luta para sobreviver,

A batalha pela vida,

Quem perder irá morrer.

São faces do mesmo indivíduo,

Se intercalam para ser,

Dentro mora o inimigo,

Que ambos devem conter,

Um é alma, sonho e magia,

Outro é o corpo, força e poder,

Enquanto a criança voa,

Com os pés no chão,

O Gancho irá permanecer.

Ambos sofrem com angústias,

E a falta,

Os faz temer,

Eles choram,

Sentem dor,

Quando um tem que ceder,

Um depende do outro,

Para poder aprender,

Então prontos para batalha,

Vivem pra te proteger.

Alimente sempre os dois,

E não os deixe morrer.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 27/12/2022
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