tempo do tempo arguto,
que me leva às águas claras
de um lago que já foi tudo,
onde até rosa de flor dava.

 

tempo dos presentes, 
dos vivos,
tempo que andavam
no coração e nos
campos de flores ricas,
tempo que me diziam: 
me dê um abraço
que eu te dou um beijo
e canto uma canção.

 

tempo dos tempos,sem idas,

com voltas,

com mil amores dispersos.


mas
os deuses entendiados,
no entanto,
dele fizeram campo árido,
vazio e sem vida,
sem encanto.

 

hoje, se quiser vê-los
tenho a permissão 
da alça de porteiros:
é só chavear a porta, 
sem medo,
e abrir os portões
e a paz do campo 
santo se abrirá
em pórticos dourados
e você vai rever, por
milagre premeditado
os que já foram
desta jornada
sem sentido.

 

mas que mundo é 

esse

onde os vivos

vieram para passar

e os mortos

para esquecer ?


( Poesia dedicada à Ticiana )

José Kappel
Enviado por José Kappel em 23/12/2022
Reeditado em 24/12/2022
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