ALMA DE PRIMAVERA

 

O tempo todo caminha...

Se (des)alinha sozinha.

 

Sozinha porque quer,

Revolucionaria mulher,

 

Dando à vida tangência,

Não dando a ninguém ciência.

 

Cansou da palavra injustiça,

De ser submissa,

 

Ao marido de cada dia,

Cansou da ignominia,

 

Da utopia desalada,

Agora, senhora da estrada,

 

Aurora que apraz,

Agora, estar em paz,

 

Mesmo estando só,

Agora, desatar o nó,

 

“Sem medo, nem dó, nem drama”.

A mulher camaleoa ressoa, declama,

 

Uma poesia de libertação,

Mulher mudança, nuança, transmutação.

 

Agora, a alma de primavera floresce,

Já ficou demais a mercê de quem não merece.

 

...Caminha o tempo inteiro,

Em cada olhar, um novo roteiro,

 

Caminha devagar, divagando,

Tem a sidérea sensação de que está voado...