GUERRA DO EU SOZINHO 💠
Tenho apenas a memória
e o lapso de um murmúrio
Mas nas mãos as pedras que queria jogar
Me escapam caindo ao chão
Escravo das lembranças
Livre pelo não
Nas veias um rio de sangue corre quente
E o coração que sente as divergências estranhas do combate ardente
Ontem me pensava um pássaro
Leve, emplumado, livre
Levando sobre as asas a infâmia do que sinto
Os pés mal tocam o chão
Mas a alma dói feito terra sem grão
Desfeitos meus segredos
E ancorado aos meus medos
Os homens já se despertaram cedo pra guerra
Era necessária a luta
O sangue escorrendo feito as ideias que penso
Ideologias que pesam mais do que todo o armamento
E mesmo vencendo sempre haverá o lado que sai perdendo:
Nós!
Quando todos guerreiros se forem
Eu estarei sozinho em meio aos despojos
Em meio ao campo de guerra
E todo homem é um exército do que já foi ele sozinho
Erguida a flâmula do seu tal destino
Um dia a batalha findará
A solidão não
Ela é a própria guerra e senhora absoluta de sua batalha gloriosa
Desafia os lumes da razão e desfila pelas almas in gloria
Todo homem já perdeu a guerra contra si
E suas armas foram abandonadas em meio ao caminho
E tendo eu declarado a guerra contra a multidão
Escapo feito mártir que se forjou sem medo
Lutando a guerra do meu eu sozinho
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