Imagina outra cena naquele filme
Saí de uma cena em preto e branco
Cinema mudo me deixou inquieto
Tinha uma porta com pôsteres
De bandas que permanecem eternas
A ponta dos meus dedos
Não alcançam as nuvens
Então imagino um poema
Pra sair de outra cena
É a vida, mesmo que se perca
Ela é esquema imprevisível
Natureza síncrona despojada
Do cadarço ao arrepio
Saí de uma cena turbulenta
Que durou décadas em um ano
Tinha muros em cada pensamento
De entraves que não me faziam enxergar
Parei para rir no olho do furacão
Então iludi o tempo
No estalar da morte uma canção
Renascemos depois do temporal.