Do outro lado,
do lado, onde pende
as dores,
numa calçada de amores
cheio de vãos,
corro dos faraós
do lado de lá!
Se me viram foi por acaso,
sem querer, passei ali,
meio descompassado,
mais aflito,
em rever a calçada
dos solitários,
dos alados da meia-noite.
Encontrar, encontrei,
pedaços: daqui, dali,
pedaços de espíritos,
aleijados de amores,
solitários de ansiedade.
O que encontrei foi a morada dos tristes e sozinhos.
Era onde me perdi e me achei onde nunca tido ido.
É sobre hoje.
Que conheci
homens de poder,
que ao viver
vão morrendo
a ordenar.
O poder dá a vida,
o excesso de poder
leva o maino, de sempre estar morrendo.
É sobre hoje que encontrei as luzes da vida,
nos pórticos homens de maus e mortos
que são gaudênios de tempo nenhum.
(Poesia dedicada à Ticiciana )