Uma vez
fui
divergente,
noutra complacente ,
que sempre
rimava
com
a dor da gente.
Uma vez fui parente
vagando de vez,
a bordo
do vazio.
Tinha um rio,
uma arma,
uma árvore
esquecida
e um jardim
nada
complascente.
Azar, já era
quase orco e
perdi todas
as patentes.
Uma vez fui guerra
e virei bala
de matar.
E lá me
adormeci
no sonho
de flores e de reis
onde tinha tudo, menos
amor
e muito prenho de ódio.
E foi tudo
tão de repente
que o sol se
fez lua.
De verdade,
mas sem quer,
uma pobre
lua que se
escondeu,
com veracidade,
no lado escuro
dela mesmo !
foi quando
o bombordo
virou
estibordo,
puro e escovado.
E descobri
com mãos
de fenecer,
que casa de todos sumiram
e as pilastras
ruiram.
E se foi o
abraçado do tempo.
Sem momento,
chegado,
cheio
de muito
fim.
E
cumpriu-se
a missão:
todos cairam
no crasso
esquecimento
e viraram estátuas de guerra.
Na vera guerra
dos impolutos,
que mandam na orgia,
mas que não lutam !