Febril
Eu me humanizo nos pobres cantos
Onde tem samba e gente de fibra
Não me permito medíocre pranto
Para tanto desprezo as feridas da vida
Eu me humanizo nos fortes cantos
Dos que estão por detrás da avenida
No canto de fúria que anuncia a torrente
Dos que rompem a corrente e buscam saída
Estou ao lado dos que se debatem
Dos insatisfeitos e inquietos meninos
Que não embarcam no velho destino
Que tampouco agem conforme os trilhos
Não me deslumbro com facilidade
O meu desencanto é estado de espírito
Quero mais força e menos vaidade
Estar febril de paixão e nunca pacífico