Rascunho

Rascunho

Me sentei a margem do rio

Era uma noite de inveno

Com aspecto sombrio

Mesmo assim, ali fiquei

Recluso em meus pensamentos

Tomei em uma mão um papel

E na outra, eu tremulava uma caneta

Cada traço desenhava uma memória

Rabiscado em embaraço a minha história

De repente a folha em branco estava cheia

Sentimentos semeavam em meio ao frio

Eu olhei de volta para o rio

E depois retornei pra mim, me sentindo mais vazio

Escrevi aquela carta em desafio

Era ali que o meu próprio eu, se revelava

Não havia mais ninguém naquele rio

Mas eu senti, não sei como

Senti, não estar sozinho

Comecei a ler e ver, se formar diante de mim

Incontáveis lembranças

Ali eu era jovem, era uma criança

E era fim

Minha idéias descansaram aliviadas, fora de mim

Naquele banco

Lá estava a somatoria de uma vida, resumida

Escrita por meu próprio punho

De repente, um momento tão singelo

Eternizado em frente e verso

Naquele rascunho

Grécia
Enviado por Grécia em 11/11/2022
Código do texto: T7647526
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