Me esguio entre
as gentes do
meu povo,
corro seus casebres
e só encontro
desencantos de misérias.
Lavo as mãos, pois de
nada sou dono,
mas singular companheiro
dos acasos da vida,
que me perguntam
como é ser rei.
E eu digo,espamado,
que a lâmina
que mede minha distância
de vazio e solidão,
é a distância que
mede o povo
com a glória dos reis.
Somos sós,
sem nome,
e vestidos de meia-pátria,
que corremos com a roupa
rasgada.
Somos depósitos de tulha
e milho,
mas nunca deixamos de
ser crianças-doces!
O choro nosso é mais forte,
um, mais do que o outro,
pois sempre somos visita
no paiól de armas.