Dos Caminhos

Enquanto podemos fazer o que é de nossa preferência

e estamos vivos para carregar os que vão partindo,

penso que o tempo é de gratidão.

 

Sempre há lágrimas nas despedidas

e, nem sempre compreendemos o porque delas.

 

Quanto ao que falam,

faça-te de surdo.

Quem fala não pode saber

o que uma mulher sente

ou não sente.

Apenas ela o sabe.

Se ama ou não ama

o povo não tem a ver com isso.

O amor só cabe a dois saber.

 

Viver a realidade é uma escolha sábia.

Um dia de cada vez, caminhando, seguindo...

sempre em busca do foco, do objetivo,

do ponto mais importante.

Sem fantasias, sem considerar

a realidade do cotidiano do dia

que, muitas vezes, nos prende às nossas atividades,

às coisas que, embora não sejam o sonho,

fazem parte de nossa vida.

 

Os pássaros não marcam hora para voar,

mas seguem seus instintos,

seguem mapas invisíveis aos olhos dos outros.

Sabem que é hora de voar porque voar

está amalgamado em sua gênese.

 

Cumprem seu destino:

abrir asas e voar, tecendo cantos

para amainar a dor

dos que cruzam seus caminhos,

dos tristes, dos solitários,

dos que querem desistir da estrada,

dos que descansam um tempo

à beira das pedras...

 

Que o pássaro nunca se cale,

que seu canto atravesse silêncios

e toque a alma daqueles

que dele se aproximam

para que a vida possa sempre sorrir

e a felicidade seja a eternidade do mundo.