A papoula parece frágil,

mas ela vive nos campos

e suporta ventos bem fortes.

 

É quando nos deparamos

com as impossibilidades da vida

que nossa atitude diante delas tanto pode

nos fortalecer, como nos matar.

Outras vezes nós mesmos queremos

ou nos deixamos morrer.

 

Se posso falar algo é sobre lutar,

para viver e para sobreviver.

E para ambas as coisas

eu não preciso de muita coisa.

Sou muito simples

e são as grandezas interiores

que me atraem e fazem

meus olhos brilharem

apaixonados pela vida,

o mundo e as coisas da vida.

 

Mas tem algo que

preciso renovar sempre,

minha força interior.

 

Eu tenho lutado pouco por mim,

embora lute tanto pelos outros.

Acho que está na hora

de eu mesma ser minha prioridade.

Não importa se o mundo

está desabando ao redor.

Tenho de me fortalecer

para quando chegarem os furacões

que são as perdas da vida,

os sofrimentos, tudo aquilo

que não tem nosso controle,

e que, não tem jeito,

não há como fugir.

É preciso enfrentar.

 

Olhar as situações difíceis,

os empecilhos e obstáculos

como trampolim

para um salto mais alto ainda.

 

Acreditar em si,

na sua própria força.

Tentar!

Lutar!

Não desistir.

 

Por isso eu nunca desisti de ti,

porque tinha medo que pudesse

se deixar morrer...

Então eu escrevia e escrevia sem parar

desejando que minhas palavras

lhe tocassem a alma

e revivessem tudo que estava seco,

árido, murcho, querendo morrer.

 

E eu sempre achava

que não tinha

encontrado a palavra certa.

que te causasse dor,

mas não de sofrimento,

que te ferisse, como

quando precisamos

arrancar escarras

de uma queimadura

para depois colocar

o bálsamo da cura.

 

Era assim que eu pensava.

Ele precisa de um bálsamo,

ele precisa ser reanimado.

E então eu estava sempre lá.