O MEU JEITO DE SER
Talvez você que me olha
Não compreenda o meu proceder
A forma como vejo a vida
E nem o meu jeito de ser
A luz que dou aos meus dias
E o encanto para o meu viver...
É que eu nasci bem distante
A muitos quilômetros de chão
Onde a natureza floresce
Bem nos confins do sertão
Em uma casa de sertanejos
Rodeado de muitos irmãos...
Onde o vento que sopra é poesia
E o barulho da chuva é canção
O sol é poema ao dormir
Nas águas do ribeirão
A lua e as estrelas, paixões
Nas batidas de um coração...
Onde as flores enfeitam as matas
Sem pretensão de brilhar
E os pássaros abrem a garganta
Pelo simples dom de cantar
Onde a vida respeita a vida
Cada qual em seu lugar...
Mas são detalhes que só sentem
Que nasceu neste lugar
Quem agatinhou pela terra
E nela aprendeu a andar
E por mais distante que viva
Jamais se esquecerá...
Assim, esta alma de sertanejo
Mesmo que eu queira mudar
Faltará um pedaço de mim
Que nunca se completará
Não serei eu verdadeiro
Não conseguirei me encontrar...
Então sou grato pela vida
Por tudo o que posso ser
Pelos valores da cidade
Que também pude compreender
Pelas conquistas e os amigos
Que completam o meu viver...