E me chamam de sombra esmaecida,
e lá me chamam de homem sem dono.
E me chamam de vida devagar.
E me outorgam a palidez dos sós.
E me chamam de espera,
de navio embriagado
pela tormenta.
E me chamam de rei
com rainha fugida.
Mas não sou de ligar.
Tenho uma janela de ver,
uma escada de subir
e um álbum de tempo
onde eu mal escrevo:
Tempo do tempo
jamais esquecerei esta mulher.
Mas era tempo dos ingratos:
ela se foi rosa e branca
para o colo de outro reino,
e me deixou lascas de
nunca mais.
Pois, ouro de mulher
não é coisa de se perder,
nem com colher de mel !
E, na minha vida,
o nunca mais se agarrou na minha vida !