Restos de coisas,
raridades da alma,
me percorrem igual
a um tempo sem ponteiros
por um céu escorrido em calma.

Nada levam de mim,
pois de pouca raridade sou feito,
mas procuro, dentro deste tempo,
o açoite que me adestra a dor,
e me leva a um campo de leitos
dos queridos e amados.

Antes, meus,hoje,
pelejam só na morte!

Não há senso nesse passado,
só figuras dançantes em ritmo
iluminado pela noite,
e que se refletem no
alado trem que dispara, sem trilhos,
para a Cidade do Não Sei.

Não sei perder,
mal sei ganhar,
tenho fama de torto,

minha canção é áspera.

meu lugar virou

tornado
e minha deusa de vida
sugere sua indiferença me laçar.

Ah! Alcatéia dos sonhos
dispersem minha ânsia

e me carrega
lá no fim do mundo,
onde meu amor não
tem mais rosto
e, eu, danço sem corpo!

 

José Kappel
Enviado por José Kappel em 08/10/2022
Código do texto: T7622759
Classificação de conteúdo: seguro