Não há porque brigar

com correntes e grades

se temos asas pra voar.

Somos como as lindas

borboletas que,

sempre encasuladas,

soltaram-se sozinhas

dos fios que as prendiam

e voaram

por sobre o medo

de cruzar abismos.

 

Se um voo torto ou não,

que importa?

Queremos voar

e disso somos livres.

Se subimos ou

descemos escadas

o caminho é o mesmo,

só muda a direção

e a altura da queda

ou da firmeza do caminhar.

 

Se o caminho

é alto ou baixo,

comprido ou curto,

de nada nos impede de ir e vir.

Distâncias são vencidas

com um ou 100 passos.

 

Há distâncias que são só

imaginárias. Ilusão.

Pois o que está perto

só parece longe porque

não temos noção do espaço.

 

Mesmo nossas

réguas de medir,

a distância não existe

para quem está dentro.

 

E nós estamos!