Ai de mim!
Ai de mim, se não fosse o acalanto!
Viveria infeliz, inerte, em vão.
Trocaria o meu sorriso por um pranto,
Não teria nem juízo e nem razão.
Ai de mim, se não fosse a poesia!
Não seria um poeta trovador.
Sem nenhuma inspiração, eu rimaria,
Alegria e tristeza, ódio e amor.
Ai de mim, se não fosse a esperança!
Cairia em depressão astuciosa.
Só teria uma vã perseverança,
Numa rude decisão, vil, enganosa.
Ai de mim, se não fosse o início!
Com certeza, eu chegaria ao meu fim.
Tombaria em um grande precipício,
Gritaria para o mundo: -Ai de mim!