ILUSÃO
Nas ilusões que a mente vazia cria
Na cínica, persistente ansiedade
E na taquicardia infindável, um dia, como quem procura uma ilusão já morta
Eu procurei o seu amor, que me parecia abrir uma porta
De calmaria e de silêncio e de fim, da trégua da tempestade
E fingir que a taquicardia era apenas um coração apaixonado que batia
Seu amor é uma mentira que eu inventei em um sonho obtuso
Que não me traz mais a felicidade que eu sentia em ver você chegar, toda manhã
Sua voz é uma ilusão pela qual eu fechei os meus olhos
E esse amor não é nada além da memória agridoce de uma ilusão dos nossos ócios
Para nós não existe amanhã
Existe o fim do que nunca existiu, o final concluso
O vazio dessa ilusão dos sonhos do passado
- Ou talvez do que nunca chegou a ser um sonho
Reflete os amores superficiais aos quais nos apegamos por tédio
Para esse sentimento não há remédio
Além da sinceridade de admitir que não se ama o suficiente para um matrimônio
E tentar corrigir antes que esse amor fraco, frágil, seja sufocado