Hoje, quero um par
de asas de voar
para enfeitar
minha festa
interior.
Quero
sobrevoar
sem pairar.
Quero
a posse, sem
dela ser dono.
Estou,assim,
sujeito à falta
de missão dos
desfeitos.
Perto, muito perto,
hoje é tempo
só de idas.
Hoje é posse
de meu bem,
de auréola ilminada,
e banhada de flores.
Hoje, dou alargos a todos,
hoje sou dono do dia.
Hoje,ninguém me leva de graça
para o céu de cor;
e me deixe encontrar
os avulsos de cantinas.
Hoje, sou dono das vindas,
retenho a morte,
sou dono da vida.
E quando ela ganhar a vida
ganho também um beijo,
um desejo, e um abraço enluarado
de ternura.
E daqui há muito tempo,
tempo até demais,
ela vai virar retrato de parede
e eu moldura de guarnecer.