se me basto,
também
não
me calo.
se falo
é por dizer,
se ouço
é por dever.
lá perto
de casa,
passa
a passarinhada:
ouço o canto
da janela
- que é esperta -
e
toda se abre
para ouvir.
fico à espera
do canto
sem fanto,
sem manto,
e vou de
carona
levar
doses de
carinho
aos pássaros
que voam
ao longo.
e fica quão belo
me unir
à vida que
se esparge pelos
céus, num gesto
dos simples, mas
honroso, pois sei
que
eu também
faço daquela vida.