O Destino*

Foi um golpe duro do destino

Desajustando os rumos da vida

Me fez ir, quando não queria

E ignorar o que sentia

Foi tão cruel e dissimulado

Ao relembrar cada dia

Um segundo do passado

Com um gesto, uma ação

Algo que eu pensei ter apagado

Sobrevivia enterrado

Em algum lugar do coração

Foi algoz, foi desumano

Tanto me deu e tanto retirou

Me mostrando sempre engano

O agora, me sobrou

Foi insentato e até insano

Acreditar em mim

Quando nem eu mesma podia crer

Acelerando o relógio

Me forçando a crescer

Tão rápido e tão violento

Me bateu forte, me fez sangrar

Apostando que o tempo

O tempo, ia me curar

Foi pai e foi mãe

Gritou comigo e me fez carinho

Dar valor a cada cicatriz

Me mostrou que sou raiz

Mas também sou passarinho

Todo mundo precisa de um ninho

E voltar não é fraqueza

Foi justo e destemido

Me escutando e dando abrigo

Pondo chão onde pisei

Foi irmão e foi amigo

Do teu lado, sempre ei

Ei de ver-te no presente

Relembrar-te no passado

O futuro, já prevejo

Estarei sempre ao teu lado