a vida me deu experiências
que não tem preço
ensinou-me a ter paciência
(embora ainda muito falte!)
a acreditar que existe sempre um começo
a suportar a ausência
a cada sofrimento, a cada lágrima
meu espírito tornou-se forte
e já não se verga
com o vento forte
ou com a palavra rude
ja não sinto aquele apelo imediatista
de responder a uma pergunta
pelo simples fato de querer vencer
ou provar minha opinião
quando me fazem a pergunta
tento enxergá-la pela visão do outro
e não pelos meus olhos
sigo na vida
sem distribuir cartas
sem comprar o bagaço da mesa
sem esconder atitudes
não jogo (nem bebo ou fumo)
mas nao julgo aqueles que o fazem
apenas depois de meio século vivido
tento sentir com intensidade
todos os meus momentos
e na terras molhadas das diversas cabeças
tento semear meus pensamentos mais bonitos
se eles dão flores de vivas cores
é porque encontraram uma terra fértil
que de mim necessitava
(fico feliz...por fazer alguém feliz!)
quando é assim, ergo minha cabeça
olho diretamente na vitrine do rosto do outro
perco-me no túnel dos olhos
toco o rosto com minhas mãos
num gesto suave
e tento enxergar a alma
mas se sinto a inconveniência
no momento em que falo
recolho-me humilde
no castelo de meus sonhos
e me calo