O VIAJANTE NA AMPULHETA 36 💠

Crerás que alguém se faça de mítico visionário

Desfragmentando o abstrato em mil pedaços

Se te falo que uma alma paira em outras dimensões possíveis

Entre mundos com entradas só de ida

Me chamarás de arbitrário

Passamos entre um fogo bravo

De belo esplendor e brilho

Mas que num instante se transforma em cinzas de calor extintas

E visões como quem transita entre a vida e o éter volátil.

Como quem navega a gôndola e ao passar sob a ponte se despedaça

Dirás que "tolo, tudo não passa de um sonho!"

Se te falo não me acreditas

Mas estamos aqui a viver uma vida enclausurada

No tempo, no espaço, no corpo

Transitando entre a sepultura e o jardim em flor

Te digo que somos viajantes imperfeitos

Sem admitir nossos defeitos

Os mais eternos temporais seres que numa poeira de fração de tempo existimos

Vivemos no sono

Enquanto alguns nos gritam para despertarmos

E estamos lado a lado

Rejeitando a grande pausa e pela vida ávidos

Dirás que não?

Talvez tua resposta esteja além da passagem

Cujo sentir não há volta

E enquanto isso alguém gritava

Ainda daqui de baixo

--- "Acorda!!"

Dirás que eu minto?

Não, sou apenas um profeta que vive no ontem

Preso no passado mas almejando o.infinito

Grãos de areia caem Levemente sobre a nossa cabeça

Da convergência acima de nós

Enquanto de dentro da redoma vítrea contemplamos

O infinito disfarçado de paisagem, de gente e de perda de tempo

O som vibra e faz o cristal oscilar

Até trincar e quebrar

Aí será tarde... ou amanhecerá...

É no fim que realmente começa a viagem

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10/09/2022

21:23h

Selton A Jhonn s
Enviado por Selton A Jhonn s em 11/09/2022
Reeditado em 05/04/2023
Código do texto: T7603211
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