O QUE FAZER?
O QUE FAZER?
Com esta saudade danada,
Com este sofrer sem limite
Que no meu ser fez morada,
De maltratar, não desiste?
Com esta tristeza infeliz
Que faz verter dos meus olhos
Água que nem chafariz
Em meio a muitos abrolhos?
Com esta paixão sem igual
Que queima qual forno ardente,
Respira em grande espiral
E não revela o que sente?
*
Ops.
Era mais ou menos meio-dia, um homem ainda jovem, envolto em andrajos, sentou-se à porta de minha casa e pediu-me uma esmola. Ofereci-lhe um prato de comida que devorou avidamente. Ao terminar, agradeceu e passou a declamar o poema acima. Um mendigo poeta!
Aplaudi-o e agradeci-o. Ele seguiu seu destino errante...
*
Maria de Jesus Araújo Carvalho
Fortaleza/ 08/09/2022