ERVANIA CRISTINA E A JUSTICA FEDERAL NO ASSEDIO MORAL (A história da minha vida)
Erva, tirada da terra
Terra bruta
Não tinha nem água
aquela encanada.
Só tinha luta.
Ia, com teus pequenos irmãos, para as festas alheias.
Espiar a comida
E quem as comeu
Que vida sofrida!
Erva, tu só sofria!
Cuidava da mãe
Cuidava de ti
Cuidava do irmão da irmã
Tentaste ser sã
Sonhou um dia
Ser advogada
Passar na justiça
Ser a superada
Entrou na justiça
Tal como sonhou
Sair da vida sofrida
Encarou seu maior terror
Foi um circo de horror
O que tu passou
Não tiveram pena
Só maldade e rancor
Tu eras mui simples
Não sabia das coisas chiques
Virou a piada
A erva maldada
Tinha três filhos
Que por eles lutava
Teus colegas não se importavam
Ao contrário, ignorava
Riram te ti
Te chamaram de chefe das ordinárias
Trancaram as portas
Ali tu não passava
Destruíram os sonhos
Da erva maldada
Te assediaram
Te apunhalaram
Fui muito sufoco
Foi muita opressão
Causou tua doença
Tua destruição
Nao tiveram temor
Não importaram
Se tinha 3 filhos
Se era tu que os sustentavam
Caíram num poço
Fundo
Sem fim
Tu e teus meninos
Padeceram ali
Não tinham dinheiro
Não tinham casa
Não tinham comida
Nao tinham uma trégua
Caíram em desgraça
A Erva maldada e
Os filhos da chefe das ordinárias
Comiam das folhas
Da rua juntadas
Ali foi o fim
A grande desgraça!
Quarto de tábua
Ali, vocês morava'
3 filhos, um colchão
Um fogao, botijão
E suas vidas estraçalhadas
Agora, a chefe das ordinárias
Nao tinham mais nada
Só três crianças
E a vida fracassada
Tudo era suplício
Banheiro coletivo
Pra tu e teus meninos
Te colocaram em delírio
Tua cabeça não via
Como uma pessoa normal olhava
Não entendia
Como a vida funcionava
Ninguem te ajudou
Ninguém te acolheu
Passaram o terror
Tu e os teus
A justiça cadê?
Tirou tua remuneração
Como fazia?
Pra dar criação
Como fazia?
Nem tu era são
Tu e teus filhos caíram em desgraça
Ataram teus sonhos
Te plantaram no nada
Se tu ia comer
Pra eles não importava
Depois de muito sem salário
A justiça te deu
Aposentadoria proporcional
Foi então teu adeus
Na hora mais precisa
Tiraram tua renda
Remédio ou comida?
Oh! Deus nos defenda!
Do inimigo que espia
Da Erva a queda
Oh! Deus
Levanta eles do pó
Desata-lhes o nó
Tira-lhe as mazelas
Que colocaram
Erva e os filhos dela
Que mui injustiçados
Caíram no laço
Que armaram pra ela
Sem nem uma compaixão
Tiraram de vocês o pão
Arrancaram deles
A última súplica
A última respiração
Jogaram-lhes no lixo
Foi muita ambição
Foi muita maldade
Que triste canção
Os teus colegas de trabalho
Não tinham lealdade
Eram Perversos em maldade
Te fizeram provar do mais profundo e amargo
Sentimento
Chamado crueldade.
Assedio moral
Destruiu tu e tua descendência
Te causaram doença
E nem se quer se importaram pra tua inocência
Imprudência
Foi um tiro bem dado
E acertou o disparo
No peito que ate hoje é falho, fraco.
Estudou, se formou
OAB tirou
Mas com a saúde mental que tinha
Mal tinha o que comer
Se ajoelhou, chorou
Nao tinha forças mal pra se defender
Se humilhou, suplicou à Justiça Federal pra lhe devolver
O dinheiro e a reputação que fizeram a família dela
tanto sofrer.