Escritor boçal

Escalo minha vida inteira

Um exercício para a minha mente

Confusa e perigosa

Difícil de entendê-la

Cruel para muitos, e solitude para mim

 

Não deixo de escalar essa montanha singela

Às vezes, parece tão simples

Muitas, tão difícil de seguir

Essa montanha, essa vida, esse ego

Tenho medos, tenho pavores

Dos roteiros, do senhor destino, de ir reto em um lugar

 

Escalo minha vida pela íntegra

Tenho tanta sorte

Tanta habilidade em desviar do azar

Mas ao mesmo tempo brinco

Cruel para alguns, e solitude para minha alma

 

Não deixo meu corpo cair dessa escalada

Às vezes, tão fraco, mas nunca perco o sorriso

De safado, criticável no andar

Medroso ao fechar dos olhos

Apenas respiro e me pareço confiante

Sem me importar com tudo ao redor, apenas pareço

 

Escalo minha vida em busca de um fim

Beijo na boca da sorte

Zombo do azar

Mas ao mesmo tempo crio meu roteiro

Cruel para quase todos, e solitude banhada em meu corpo

 

Não deixo meu corpo chegar tão acima dessa escalada

Às vezes, pareço ingrato, mas nunca caio de cima

Não acho que devo estar tão em cima

Quanto um dia estarei

Talvez o mundo não precise de outro escritor

Mas nascendo para fazer o que se ama, parece ser uma boa coisa

 

Escalo minha vida em um fim de poema

Como em Lobisomens de Londres

No fim, acho que nem sou tão perseguido assim

Só há uma pessoa capaz disso, qualquer um pode ser cínico

Cruel ao redor, e solitude para minha mente

 

Não deixo meu corpo ficar doente na escalada

Por que jogam tanta culpa no coração?

Quando a mente é a culpa de tudo

Qual é a fraca? Qual é a sábia? Qual quer a pura liberdade?

Mas qual é tão tosca, que te faz achar incontrolável?

Quem sou eu? Apenas um escritor boçal