BOBO DE CLARICE

 

Começa assim: me afasto

— incomodado, inquieto.

Bem que me dizes: ocupa-te!

Chega a ser ousadia

Não fosse, calmaria

a mente de dentro.

 

Então me relanço

Miniacervo dos grandes

Pequeno, não aguento

tanta poesia

Que sim bem verdade

Bobo de Clarice...

 

Ah! se pudesse eu partir

em busca de mim...

Quando o fiz, não voltei

Parti sequer

Mas em mim confuso

Louco no peito

Como dizes mestre:

"Criança é fácil"

Porque pequeno quando grande

E quão grande o meu amor vazio.

 

Então me vês bobo?

Só isto direi:

Bobo é meu amor à toa

Não um qualquer

— porque assim é fácil.

O que espera sim — intenso.

Bobo de Clarice...

 

 

GONDIM, Kélisson. Bobo de Clarice. In: MARTINS, Gilberto. Palavra é Arte. Salvador: Cultura Editorial, 2013, p. 20)

 

Kélisson Gondim
Enviado por Kélisson Gondim em 24/08/2022
Reeditado em 24/08/2022
Código do texto: T7589319
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