DERRADEIRO LUTO
NUM FINAL DE TARDE
REVI SEUS OLHOS
MAREJADOS NO FIRMAMENTO.
DE BRAÇOS DESNUDOS
E DESCARNADOS.
HAVIAM LHE RAPINADO SUA CRIA.
JÁ NÃO MAIS
PODERIA AMAMENTAR,
ACARINHAR,
ACARICIAR,
ACALENTAR,
DAR SEU SOPRO DE VIDA.
A FATAL MORTE
SOBREVIERA
DERRADEIRA.
ATROZ E CRUEL.
CONTRARIANDO AS ORDENS
DA NATUREZA.
E LÁ IA
SEU CORPINHO FRÁGIL,
NUM FERETRO
DE CARPIDEIRAS.
E VOCÊ,
NO SEU PRANTO CONTIDO.
QUE DERIVOU
PARA UM VAGIDO ATROZ DE DOR.
ERA SUA DESPEDIDA.
NADA MAIS HAVIA QUE FAZER,
ALÉM DE VIVER
O SEU DERRADEIRO LUTO.
PARA SEMPRE...