DERRADEIRO LUTO

NUM FINAL DE TARDE

REVI SEUS OLHOS

MAREJADOS NO FIRMAMENTO.

DE BRAÇOS DESNUDOS

E DESCARNADOS.

HAVIAM LHE RAPINADO SUA CRIA.

JÁ NÃO MAIS

PODERIA AMAMENTAR,

ACARINHAR,

ACARICIAR,

ACALENTAR,

DAR SEU SOPRO DE VIDA.

A FATAL MORTE

SOBREVIERA

DERRADEIRA.

ATROZ E CRUEL.

CONTRARIANDO AS ORDENS

DA NATUREZA.

E LÁ IA

SEU CORPINHO FRÁGIL,

NUM FERETRO 

DE CARPIDEIRAS.

E VOCÊ, 

NO SEU PRANTO CONTIDO.

QUE DERIVOU

PARA UM VAGIDO ATROZ DE DOR.

ERA SUA DESPEDIDA.

NADA MAIS HAVIA QUE FAZER,

ALÉM DE VIVER

O SEU DERRADEIRO LUTO.

PARA SEMPRE...

MARIO WERNECK
Enviado por MARIO WERNECK em 21/08/2022
Código do texto: T7587116
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