RETINTOS (Caminhos urbanos)
Eu observo jovens pretos retintos
Belos Jovens negros todos distintos
Pessoas de minha própria cor
cruzando apressadas as avenidas
como todo e qualquer ser humano
entregues à pecha de alguma dor
seguem suas vidas ,homens urbanos
que cheguem bem; seja lá onde for
Atores atuando seguindo instintos
Não importa a cor que se é tinto
na rua, balbucios do mundo inteiro
Afãs dos cios da busca do dinheiro
Alguém com ignorância encangada
Por ser mais claro muda de calçada
Tingido de branco e com ar superior
quando lhe surge bem a sua frente
homem negro de minha própria cor
Preconceito tem sabor do absinto
Tão amargo quão amargo pode ser
ninguém pois sabe da dor que sinto
Talvez se eu fosse tanto mais sucinto
Nem mesmo assim iriam entender
se eu desenhasse os pensamentos
porém, nenhum deles seriam isentos
porém tintos e retintos da minha dor