Apenas um operário
Sigo fazendo meu barulho
Mesmo com as dores da vida
Ainda ostento o orgulho
Mesmo com as perdas sofridas
Sou apenas um operário
Que trabalha com mãos calejadas
Fazendo só o necessário
Pra nutrir meu corpo e alma
Um sobrevivente que teima
Pra que o mundo seja melhor
Não entrando em esquemas
Vivendo de sua honestidade sem dó
No árduo trabalho diário
Com porcas, parafusos e metais
Malandros me chamam de otário
Mesmo assim eu sigo em paz
Pois meu trabalho é meu sustento
Onde durmo com a mente tranquila
Por riquezas não sou sedento
Só quero é manter minha vida
Tendo minha carteira assinada
E a dignidade de um homem
Que segue na sua reta estrada
E mal nenhum a ele consome
Que ao chegar ao fim da jornada
Sujo e com o rosto suado
Pode se orgulhar de sua alma
E do seu trabalho honrado.