Infância
A fantasia balançava a cor do tule,
E eu ficava em seu encanto debruçado,
Alheio à isso o silvar do velho bule
Do chá trazia um aroma perfumado!
Minha alma; uma casa bem discreta,
Deitava sonhos em seus alvos aposentos
E eu nem fazia inda as vezes de poeta
Pois preferia resguardar os sentimentos!
A solidão se exibia menos rude,
Eu era só; mas a podia distrair...
Em meio aos livros encontrava plenitude
Os revivendo até a hora de dormir!
Do imaginário infantil sonhava a vida;
Tonto atrelado no penhor da ilusão,
Mas hoje sei que a angústia escondida
Já madurava no meu pobre coração!