Infância

A fantasia balançava a cor do tule,

E eu ficava em seu encanto debruçado,

Alheio à isso o silvar do velho bule

Do chá trazia um aroma perfumado!

Minha alma; uma casa bem discreta,

Deitava sonhos em seus alvos aposentos

E eu nem fazia inda as vezes de poeta

Pois preferia resguardar os sentimentos!

A solidão se exibia menos rude,

Eu era só; mas a podia distrair...

Em meio aos livros encontrava plenitude

Os revivendo até a hora de dormir!

Do imaginário infantil sonhava a vida;

Tonto atrelado no penhor da ilusão,

Mas hoje sei que a angústia escondida

Já madurava no meu pobre coração!

Moreira Júnior
Enviado por Moreira Júnior em 24/07/2022
Reeditado em 24/07/2022
Código do texto: T7566448
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