À LUZ DA JANELA AMADEIRADA

 

À luz da janela amadeirada

Um sorriso quase atento

Doutro lado encostado

A séria face da vida vivida

 

Dedos entrecruzados ao vento

O fundo jamais os deslaçará

Guarida à luz do dia e raízes de

duas histórias numa única história

 

O rosto e o riso desatentos

E a rugosa face são caminhos

que perfazem os registros fiéis

de vida, de luta, de glória...

 

Mas as solidões se acomodam:

foram-se os frutos fraternos

foram-se as cores dos olhos

e dos cabelos e lábios rugosos

 

E os cansaços se acomodam...

Mas os vértices do fundo

que se fincam e permanecem

cravadas no peito do Lar

 

E o fim é o começo da vida

E a vida é o amor à janela

vendo a vida

que finda passar...

 

 

(GONDIM, Kélisson. À luz da janela amadeirada. GONDIM, Kélisson (Org.). 

In: Vozes Perdidas no Tempo. Brodowski: Palavra é arte, 2020, p. 154)

Kélisson Gondim
Enviado por Kélisson Gondim em 19/07/2022
Reeditado em 23/07/2022
Código do texto: T7563083
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