MEU POMAR

 

Eu alvoreço com o apertar da tua mão

A doçura do teu jeito orquídeo-azul

Se tu me podes afastar a solidão

Eu te convido a navegar à Istambul

 

Eu me refaço no bailar do teu cordão

Na tua nuca perfumada de alegria

Se teu olhar me transmite compaixão

Eu te convido a caminhar à luz do dia

 

Mas não dou conta dessas tuas incertezas

Se te mostro um caminho para desenhar

As tuas cores que camuflam as avarezas

E o meu desejo de por ti querer mudar

 

Eu me desfaço na avidez de outro fim

que arrefece minh'apetência de assomar

Desnutrido errante às águas de Jobim

Teu baloiço, teu prelúdio, meu pomar...

 

 

(GONDIM, Kélisson. Meu pomar. GONDIM, Kélisson (Org.). 

In: Vozes Perdidas no Tempo. Brodowski: Palavra é arte, 2020, p. 149)

Kélisson Gondim
Enviado por Kélisson Gondim em 18/07/2022
Reeditado em 18/07/2022
Código do texto: T7562331
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