Era eu
Após os gritos e o fogo
a chuva veio como a me confortar
e da raiz pra cima
outro propósito se dá em tempo
um nome ao rosto
um rosto à casca
um manto à alma
outrora estática
hoje vívida, morna até ferver
combina com a chuva à nossa volta
esperada fria, pintada em melancolia
mas cai intensa, se acumulando aos pés
transbordando, revivendo
afogando, refazendo
por muitas noites velejando
e um novo dia, enfim, vivendo
abraçando sem temor
o que o espelho já contava
nunca foi inalcançável o céu
era só eu que me faltava.