Andarilho
De qualquer jeito, ando muito por aí,
Sem um tostão e sem nada nas mãos.
Em pleno viaduto, eu vou cair,
Sem afagos dos meus pais e dos irmãos.
Sou a migalha de mim, vivo a me desejar,
Ando sozinho, sem rumo, não sei onde vou.
Só quero um prato bem farto pra me alimentar,
Peças de roupas bem quentes e um cobertor.
Se um dia vier a vitória, eu vou festejar,
Vou multiplicar alegrias com a multidão.
Serei suserano garrido, feliz a cantar,
E ficarei encantado com a minha canção.
Andando em ardil solidão, me machuco demais,
Penso em ter nesta vida, imenso esplendor.
Enfim, vou sair dessa guerra ao encontro da paz,
Eu tenho valor nesse mundo, serei vencedor.