Marcas

Cheguei ao meio do caminho,

Na mala um punhado de nada

Os pés rasgados de espinhos

E a alma, por ora sossegada!

-

Já não corro contra o tempo

Só levo algumas saudades

E o que outrora me afligia

Hoje ;é mera bobagem...

Invento novos caminhos

Contorno adversidades

No peito carrego inda flores

Do tempo de minha mocidade!

-

Olho para dentro de mim,

Vejo-me ainda menina

A mesma doçura, a mesma persistência

Porém mais madura e também convicta!

-

Acho que estou diferente,

Tenho notado as mudanças,

Existe em mim liberdade

E uma fagulha de esperança!

Já não vivo mais de urgências

Me permitindo desacelerar

Talvez seja essa a mudança

Deixar a vida, passar devagar...

Eu já morri antes um dia !

-

Estou madura ou velha pra algumas coisas,

Mas meu coração ainda bate no peito

E ainda vibro e me emociono

Com pequenas conquistas, herdadas por direito.

-

Defendo a vida e a liberdade

Não sou pedra, não sou de mármore

Sou apenas o meu reflexo

Dona de minhas verdades!

De fato, estou diferente

Deve ser essa calma que trago

Ao entender que os calos que carrego

São marcas doídas de meus sapatos!

AUTORA: DAYA MARTINS