A Rede

Os algoritmos escondem seus segredos,

E para alguns,

O mundo se resume a um toque,

Comandado pela ponta dos dedos.

E pela imagem,

Se despertam os desejos,

Puro consumo,

Um território,

Faz a todos prisioneiros.

Corpos talhados,

Amputados os defeitos,

Harmonizados,

Distrofiam,

Frente ao espelho.

E são expostos,

Trocados sem ser tocados,

Devorado a olhos vistos,

Vertigem,

Beira suplício,

Mais um cliente saciado.

As mentiras que te contam,

Viram denúncias verídicas,

Deturpam a fórmula,

E anedotas,

São a base para estatística.

É o oposto revirado ao avesso,

E o fanático,

A Gritos,

Sem argumentos,

A controvérsia que gera cancelamento,

Por uma tela,

Expressa os sentimentos,

Curtida é índice,

De melhor engajamento,

Aos outros ataca,

Sem arrependimento.

A isca é boa,

A rede é forte,

O mar encanta,

É ópio puro,

Que gera encantamento,

Tudo é exposto,

Aqui não há constrangimento.

Charles Alexandre
Enviado por Charles Alexandre em 03/07/2022
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