Oceano turbulento
Ei criança! Como você faz para sobreviver?
Como você faz para se mexer sem sentir seus pulmões enchendo de água?
Seu corpo expandindo e a água saindo pelos seus olhos, seu afogamento na própria magoa.
Ei criança! Vamos combinar uma coisa, não quero choro nem palerma, não te criei para ser mais uma gota do oceano. Quero você se afogando.
É isso que você precisa!
Ei criança! Não se afogue, o oceano não tem inimigos, então use seus pulmões como se fossem antigos.
Que palerma nem nada, não quero seus pulmões enchendo de água!
Ei criança! Chore por favor.
Não me faça sofrer com sua antiga dor, me poupe de ser seu senhor e se junte ao mar.
Nenhuma gota vai te impedir de respirar, saboreia-a e a deixa entrar
Ei reflexo! Me deixe se juntar.
Não sou tolo nem palerma, quero meus próprios pulmões, ao oceano me sinto respirar como você deveria se criar.
Deixe as mágoas com a criança, ela não sabe ouvir os sermões… sabe como sobreviver.